Álvaro Siza
Vencedor do Prémio Mies van der Rohe (1988), do Prémio Pritzker (1992) e do Praemium Imperiale (1998), Álvaro Siza é indubitavelmente uma personalidade marcante na arquitectura quer nacional quer internacional. Nascido a 1933, em Matosinhos, é o mais célebre arquitecto português vivo. A sua combinação muito pessoal de influências modernistas e o modo muito directo como aceita os desafios que os seus projectos lhe colocam, confere-lhe um estatuto internacional que vai muito além do número limitado de edifícios que projectou fora de Portugal. Quando lhe perguntam se ele se considera um artista, responde friamente: “Eu diria que a arquitectura é uma arte.” Esta afirmação com laivos de provocação é rapidamente racionalizada: “A arquitectura está a tornar-se difícil. Há muitos problemas. Não é aceite enquanto arte. Hoje em dia, a qualidade na arquitectura provoca muitas vezes uma reacção negativa, e por isso tenho por vezes necessidade de desenhar. Interesso-me perigosamente pela escultura. Sei que Richard Meier faz escultura. E outros. Sentem provavelmente necessidade de se exprimirem com mais liberdade do que na arquitectura.”
Pavilhão de Portugal
Álvaro Siza Vieira, algumas das suas obras mais recentes, como o Pavilhão de Portugal na Expo ’98 em Lisboa, utilizou os seus próprios desenhos, como decoração. A sua preocupação de projectar não se confine somente ao edifício em si, isto é, questões de pormenor são também pensadas. Construído nas margens do Tejo, o Pavilhão de Portugal ocupa um lugar axial não muito longe da entrada principal da Expo ’98. Como contraponto a muitos dos edifícios vizinhos, Siza imaginou um projecto discreto de linhas horizontais. O caderno de encargos exigia um vasto exterior para cerimónias oficiais. Por isso idealizou uma notável “vela” curva de betão, suspensa nas duas extremidades por cabos de aço. De cada lado do edifício, um revestimento de azulejos de cerâmica vermelhos e verdes é a primeira utilização exterior feita por Siza deste material tipicamente português. A estrutura principal, que servirá de sede do Conselho de Ministros, foi concebida para permitir o máximo de flexibilidade. As grandes salas de tectos altos do rés-do-chão foram ocupadas pelas apresentações multimédia da Expo ’98, em espaços desenhados por Eduardo Souto Moura. No andar superior, em redor de um pátio central, as salas VIP foram inteiramente concebidas e decoradas por Siza.
O Pavilhão de Portugal visto da Doca dos Olivais
Apoio sul da pála. As colunas escondem portas de passagem
O interior da Praça Cerimonial
A praça cerimonial prolonga o Pavilhão de Portugal
Fonte: Jodidio, Philip, Álvaro Siza, Taschen
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